Via Jornal da USP / Octávio Marques Pontes Neto, Rádio USP

Entre 1% e 2% da população abusa de analgésico: pessoas com depressão e ansiedade são as mais atingidas

o professor Octávio Pontes Neto fala sobre o uso excessivo de analgésico, que pode causar dores crônicas, como a típica dor de cabeça.

De acordo com o professor, o abuso de analgésico é identificado pelo seu uso excessivo, recorrente e contínuo por pelo menos três meses, levando à cefaleia crônica diária. Com um tratamento dividido em partes, o paciente tem que ser educado e aconselhado para a redução de ingestão de medicação diária.

Pontes Neto fala que “mulheres e pessoas que têm depressão, ansiedade e dores crônicas estão mais propícias a abusar de analgésico e a desencadear uma dor de cabeça crônica”.

Ouça aqui, na integra, a fala do professor ou leia abaixo a transcrição do áudio

“O uso frequente diário de analgésico pode paradoxalmente aumentar a frequência de dor de cabeça e até induzir a uma transformação de uma dor de cabeça episódica, que vinha uma ou duas vezes por mês numa cefaleia crônica diária. E esse abuso de analgésico, levando a cronificação da dor de cabeça, não é infrequente ele chegar a 1 a 2% da população mundial; e esse abuso de analgésico é mais comum em mulheres, pessoas com depressão e ansiedade ou que sofre de dores crônicas. Atualmente a gente define como “abuso de analgésico”, aquela pessoa que está tomando analgésico mais que dez ou quinze dias por mês por pelo menos três meses. Essa pessoa está em risco de ter uma cronificação de sua cefaleia e passar a ter uma cefaleia crônica diária.

O que deve ser feito para tratar essa cefaleia por abuso de analgésico?

O tratamento desses quadros de cefaleia crônica por abuso de analgésico, geralmente é dividido em três partes: o primeiro é a educação e o aconselhamento do paciente para que ele reduza a ingesta compulsiva de medicação analgésica diária. Segundo, é importante fazer a retirada das medicações que podem potencializar isso e terceiro, iniciar um tratamento profilático preventivo com medicação especifica para o tipo de cefaleia que ele tem, que não seja só analgésico, mas uma medicação profilática associada com medidas comportamentais que possam ajudar no controle da dor de cabeça.”






Ter saber é ter saúde.