Um novo estudo sugere que todas as células vivas podem ter um mecanismo molecular que lhes permite detectar campos elétricos, criando assim um possível “sexto sentido” em organismos biológicos.

Os cientistas já sabiam que alguns animais, como tubarões e raias, têm a capacidade de detectar campos elétricos. Isso é possível graças a órgãos especiais chamados de “ampolas de Lorenzini”, que se encontram na pele desses animais. Agora, um novo estudo publicado na revista Nature Communications sugere que esse mesmo mecanismo pode estar presente em todas as células vivas.

A pesquisa foi liderada por Min Zhao, professor de dermatologia na Universidade de Michigan, e envolveu a utilização de células humanas em laboratório. Os resultados mostraram que essas células foram capazes de detectar campos elétricos artificiais, e que isso ocorreu graças a canais iônicos presentes em sua membrana celular.

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Segundo os pesquisadores, os canais iônicos são proteínas que atuam como “sensores elétricos” nas células, permitindo que elas detectem variações no potencial elétrico. Essas variações podem ocorrer naturalmente no ambiente em que as células se encontram, ou podem ser criadas artificialmente pelos próprios cientistas.

Além de revelar um possível “sexto sentido” em todas as células vivas, os resultados da pesquisa também podem ter implicações importantes para a medicina regenerativa. Isso porque, segundo Zhao, os campos elétricos são conhecidos por desempenhar um papel importante na regeneração celular e na cicatrização de feridas.

Embora seja necessário realizar mais pesquisas para confirmar a presença desse mecanismo em todas as células vivas, os resultados do estudo sugerem que esse pode ser um novo campo de estudo fascinante para a biologia. Além disso, as implicações para a medicina regenerativa podem ser significativas, o que torna esse um campo de estudo promissor para o futuro.

O estudo foi publicado na Nature






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